InformationalPanel
Um dos painéis informativos feitos pelo Joubert Park Project e colaboradores por volta de 2004. Metade deles foi danificada e/ou desapareceu devido à ausência de medidas de segurança, vandalismo e furto. Fotógrafo desconhecido

Biblioteca Keleketla! visão geral

k!kollage: fragmentos, revisões e citações de textos escritos
por/sobre/para Keleketla!

Keleketla!

A Biblioteca Keleketla! é um projeto interdisciplinar e independente de biblioteca e artes midiáticas. Lançamos e proporcionamos plataformas para projetos colaborativos, experimentais e de multimídia com artistas, profissionais e ativistas regionais, nacionais e internacionais. Do dialeto sesotho/pedi, Keleketla! é uma resposta ao início de uma história, algo que se diz quando o contador de histórias fala “Era uma vez”. É um reconhecimento, um consentimento: “estou aqui, disposto a escutar sua história com uma participação ativa”. O projeto teve início em 2008 como colaboração pontual entre Bettina Malcomess, Rangoato Hlasane, Malose Malahlela e o Joubert Park Project (JPP), com apoio financeiro do Conselho Nacional das Artes.1

Local

Situada na construção histórica de Drill Hall, em Joubert Park, Johannesburgo, Keleketla! foi formada para abrir caminho para a aplicação de estratégias de artes e mídia como modelos e ferramentas educacionais alternativos. Assim como a essência da palavra Keleketla!, o espaço esperava travar um diálogo ativo com sua comunidade imediata, refletindo o interior da cidade por meio de projetos participativos. Construído em 1904 nas ruínas de uma “prisão de locais” como base militar para fortalecer o poder colonial britânico após a Guerra dos Bôeres, Drill Hall teve participação na mobilização de forças durante as duas Guerras Mundiais e na repressão a agitações civis e várias greves de mineiros nas primeiras décadas do século XX. Em 1956, o prédio foi transformado em tribunal para o “Treason Trial”, julgamento de acusados de trair a África do Sul. Nas décadas de 1970 e 1980, funcionou como importante base de recrutamento de jovens brancos para o serviço militar nas guerras de fronteiras e repressão da resistência interna ao apartheid. Abandonado pelas forças militares do apartheid no início da década de 1990, Drill Hall foi invadido por posseiros, o que levou a dois incêndios e uma série de fatalidades. De 2002 a 2004, foi reconstruído como patrimônio histórico por esforço da prefeitura de Johannesburgo. As ambições da prefeitura já são outra história, mas é nesse local de passados sobrepostos que uma “biblioteca” foi fundada e continua evoluindo diariamente.

Embora o acervo da Biblioteca Keleketla! tenha mais de 3 mil livros de todos os assuntos, sua programação posiciona o projeto como espaço de indagação crítica e prática artística. Ou seja, a biblioteca não é nem uma reprodução de serviços de informações do estado nem um complemento de campanhas de desenvolvimento social. O projeto é um espaço que traz novos conhecimentos sobre experiências históricas e contemporâneas numa cidade africana, construindo um arquivo de práticas artísticas socialmente engajadas de qualidade.

Existem três programas centrais que interagem uns com os outros, apresentando uma biblioteca para empréstimos e consulta, um programa educativo extracurricular e uma série de projetos experimentais. Como o programa extracurricular é discutido separadamente nesta série de estudos de casos, o presente artigo/reflexão examinará tanto o contexto e prática da biblioteca como uma série de projetos experimentais já realizados.

A biblioteca

Abrir uma biblioteca significa iniciar um acervo. A Biblioteca Keleketla! começou a colecionar seu acervo com um pedido de doações de livros sobre todos os assuntos. Como Joubert Park é um bairro populoso e dinâmico da África, nos indagamos que tipo de acervo esta biblioteca deveria apresentar a seu público.

Argumenta-se que as mais de 1.800 bibliotecas públicas da África do Sul não atendem à necessidade de informação do país. Enquanto isso, os modos de transmissão de conhecimento estão mudando com as influências e tendências tecnológicas na comunicação global. No contexto pós-colonial em que nos encontramos, a alfabetização é um termo desgastado, quanto mais a noção de analfabetismo. A conexão de internet é pior, emperrada entre a desigualdade sócio-econômica e a falta de vontade política. O analfabetismo, no nosso caso, é resultado do atraso no projeto de descolonização, que provavelmente levará muito tempo para evoluir em sintonia com os nossos tempos.

Deste modo, alguns dos nossos “arquivos”, começando pela própria infraestrutura física histórica, foram articulados com os currículos de história do Ensino Médio por meio do programa educativo extracurricular em artes e mídia ou se manifestaram como uma releitura da história musical da África do Sul com um projeto temporário de orquestra. Em suma, o programa celebrava a auto-organização e a relevância do conhecimento – perguntamos: quem cria conhecimento e com qual finalidade?

Em vista disso, o acesso a livros era um ponto de partida natural para o projeto. A programação da Keleketla! testa métodos de produção de conhecimento sensíveis ao contexto, enquanto registra a mudança social. Exploramos formas de compartilhar conhecimento continuamente e incentivamos experimentos com novos métodos de disseminação de conhecimento com base em práticas contemporâneas. A biblioteca reconhece que a tecnologia e o movimento das pessoas é um desafio para os livros e as formas convencionais de leitura. Contudo, denominar o projeto de Biblioteca Keleketla! reúne duas ideias/formas/meios em atrito e harmonia: a contação de histórias e os livros. Assim, ao lado dos livros no espaço tradicional de empréstimos, foram realizados, desde o início em 2008, projetos na forma de um programa educativo (Programa Extra-Curricular Keleketla!, o KASP) e projetos pontuais e em série, proporcionando um espaço “educacional” com jovens cidadãos em paralelo ao espaço de profissionais em “treinamento”.

Traditional
O espaço tradicional de biblioteca, com material doado bem utilizado pelos sócios. Pintura nas paredes da artista de Johannesburgo Meghan Judge. Foto: Rangoato Hlasane

Uma biblioteca que produz seu acervo

Num projeto de som, uma peça de áudioteatro reencenou o Treason Trial e narrativas relacionadas para investigar um capítulo da luta pela libertação. Com o processo, integrantes de três disciplinas aparentemente distintas, Música e Som, Áudioteatro e Escrita Criativa, formaram um ciclo realimentado por interseções entre escrita, pesquisa, registro e publicação. Nos primeiros cinco anos da Keleketla!, os programas aumentaram o arquivo. Olhando em retrospectiva, a Keleketla! é uma biblioteca que produz seu próprio catálogo. O tradicional e o tecnológico se chocam por uma questão de realidade contemporânea, não de tensão. Se por um lado o catálogo existe como uma experiência materializada por aqueles que passaram pelas portas e/ou vivenciaram a programação de modo efêmero, um grande acervo de materiais tangíveis está disponível para um diálogo sobre saúde, arte, comunidade, resistência, história, lugar, ação, poder, conhecimento e criação.

O que fazer com a história?

A Biblioteca Keleketla! dispõe material histórico por cortesia do Mayibuye Archives, Medu Art Ensemble e Museum Africa. Conseguimos os direitos de uso do material para fins educacionais no programa. Além disso, o JPP produziu uma quantidade impressionante de obras de arte e de pesquisas sobre Drill Hall e o Treason Trial. O JPP também cedeu à Keleketla! direitos ilimitados de uso do acervo de artes e publicações no programa educacional. O material de referência do programa é usado para aprimorar a experiência de cada projeto. Os participantes do KASP refletem sobre o valor do material selecionado e imaginam estratégias para contribuir com novas perspectivas sobre artefatos e fatos históricos. A história raramente se repete nas produções de música e dança que surgem a partir do programa. Os contos escritos pelos jovens estudantes exploram questões como a vida de adolescente, lealdade, ambição, religião, história e (in)capacidade. As narrativas encontradas no trabalho criativo são sofisticadas, expressivas e não meras representações da história.

Por exemplo, “Bibi the Special Swimmer”, de Phomolo Sebopa, a história de uma deficiência física, é tratada com suprema sofisticação, sensibilidade, consciência crítica e orgulho. Não há vitimação ou autocomiseração; é cheia de estilo e dignidade. É importante para um povo reafirmar sua própria realidade em relação ao mundo e as artes possibilitam essa autorrealização. Os resultados do KASP são valiosos, pois nos permitem entender as perspectivas dos jovens, desenvolver habilidades, evidenciar novos talentos e fomentar o crescimento. Acreditamos que a herança histórica pode ser usada para despertar nostalgia, provocar ira, incentivar a cura e evitar a repetição. Acredita-se que a história que se conta é o ponto de vista do vencedor e, com isso, diversas perspectivas são deixadas de fora da narrativa histórica. Quando permitimos que a arte reflita sobre a história, as pessoas podem imaginar outras histórias, possibilitando um terreno fértil para discussões e reflexões. Deste modo, a herança histórica inicia o diálogo, nos permitindo ver o ensino dessa herança como uma nova forma de produção de conhecimento.

Projetos experimentais

Os projetos da Keleketla! ampliam a noção de biblioteca/texto ao especular o que constitui o conhecimento e como ele pode ser disseminado. A abordagem de gênero híbrido que depende do engajamento do público não só produz métodos inovadores, mas também cria públicos e expande a alfabetização para além de sua definição tradicional.

Nossos projetos caracterizam-se pela ênfase no processo. Os co-fundadores começaram organizando plataformas de performance semanais com hip-hop nos quartos dos seus alojamentos de alunos durante cinco anos antes do estabelecimento da Biblioteca Keleketla!. As atividades baseavam-se no desejo mais sincero de criar e compartilhar, mantendo, ao mesmo tempo, autonomia em relação ao discurso acadêmico e estruturas de financiamento. Essa forma de trabalhar propiciou um lançamento original da vida pública da Biblioteca Keleketla!, informando um tipo de programação que privilegia o contexto no qual estamos inseridos. Os projetos tratam de questões públicas de espaço e financiamento em relação à necessidade de criar. Portanto, nossa programação é educacional. A co-criação de conhecimento passa a ser incorporada aos projetos de “curadoria” coletiva. Examinaremos brevemente alguns destes projetos.

Stokvel

Em 2009, Keleketla! e colaboradores das áreas de música, arte visual, artesanato, moda, gastronomia e outras exploraram um modelo econômico coletivo tradicional chamado Stokvel. Stokvel é uma combinação de recursos financeiros coletivos entre um grupo de pessoas que se ajudam mutuamente a realizar objetivos financeiros. Enquanto grupo de ativistas e profissionais da cultura inseridos num sistema precário, queríamos investigar como uma prática “tradicional” poderia ser adaptada para a arte.

StovelHanging

StokvelViewing
Stokvel transformou a casa de Rangoato Hlasane’s em um espaço de arte por um dia em 6 de junho de 2009. Fotógrafo desconhecido.

Stokvel nº 1, realizado na (então) casa de Rangoato Hlasane, foi um experimento de curadoria coletiva com artistas visuais, músicos e ativistas. Na época, Keleketla! havia lançado um leilão de artes para angariar fundos. Os artistas que contribuíram doaram trabalhos expostos para o leilão de arrecadação, assim, as obras em exposição foram compartilhadas pela última vez com o público antes de passarem a integrar coleções particulares.2

Stokvel nº 2 foi realizado na Point Blank Gallery, em Drill Hall, no contexto de intercâmbio transatlântico com participantes da Allied Media Conference de 2009, em Detroit. Com foco na produção, disseminação e ideia de independência da música, Stokvel nº 2 convidou dois “estúdios caseiros” para se deslocarem por um dia, permitindo que poetas, escritores e MC’s pensassem, trocassem, registrassem e se apresentassem juntos ao vivo, via Skype.3

Stokvel nº 3 consolidou os primeiros dois experimentos numa festa em seguida ao leilão de arte que arrecadou mais de 30 mil rands, com a presença de bandas e DJ’s de Johannesburgo.4 Correspondendo ao sistema de permuta do Stokvel, a última edição foi vista como um presente para todos os envolvidos na experiência e, ao mesmo tempo, foi uma plataforma para os artistas que se apresentaram.

Como projeto, Stokvel abordou a noção de cultura e desenvolvimento. Tratava da promoção da independência por meio da auto-organização. Buscava desenvolver a prática profissional na literatura, performance, arte visual, música, design e outros, usando a cultura como ferramenta de organização que responde e é sensível ao contexto.

SKAFTIEN

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A banda de arte performática de Johannesburgo The Brother Moves On se apresenta no primeiro Skaftien. Fevereiro de 2011. Foto: Brett Rogers

SKAFTIEN, conduzido no início de 2011, foi, num certo sentido, uma reedição de Stokvel. Do site do SKAFTIEN:

SKAFTIEN é uma refeição periódica na comunidade que gera e concede democraticamente micro-subvenções para projetos de artes criativos, experimentais e inovadores em Johannesburgo e Cidade do Cabo, na África do Sul. A cada SKAFTIEN, o público compra um ingresso que dá direito a uma refeição, uma votação e entretenimento. Durante a refeição, os comensais escutam cinco propostas de projetos e devem votar nas duas que preferirem. Estamos interessados em ideias que, em sua forma experimental, talvez não atraiam financiamento de fontes convencionais, porém tragam perspectivas originais sobre a relevância das artes. O ganhador da eleição recebe um subsídio financiado com o lucro do evento e é solicitado a apresentar a manifestação do projeto no evento seguinte.”

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Espectadores escutam atentamente os apresentadores do Skaftien nº 1 no terraço de Drill Hall. Fevereiro de 2011. Foto: Brett Rogers

Num clima onde a existência da prática artística está emperrada entre a política de estado regulatória e a postura instável de doadores internacionais, SKAFTIEN investigou como a comunidade artística poderia se autossustentar. Embora as versões de Johannesburgo e da Cidade do Cabo tenham sido aclamadas pela crítica e bem recebidas por seu público diverso, a organização foi um trabalho voluntário, sem remuneração. As duas versões foram encerradas após suas terceiras edições em 2013. Ainda assim, o projeto deixou muitas saudades e certamente o traremos de volta em novo formato, assim como SKAFTIEN revisitou Stokvel.


Judy Seidman fala sobre arte pública no contexto do SKAFTIEN nº 3, uma reflexão do modelo e sua potencialidades.
24 de fevereiro de 2013, Makhwapheni, Stevenson Gallery, Johannesburgo

Nonwane: passagens, ritmos e maneiras espetaculares de morrer

A residência Nonwane foi um espaço walk-in de pesquisa/social que explorou os textos Welcome to Our Hillbrow (Phaswane Mpe, 2001) e The Quiet Violence of Dreams (K. Sello Duiker, 2001) e o álbum solo de piano Darkness Pass (Moses Taiwa Molelekwa, 2005) na galeria Substation da Wits School of Arts. A residência era também um encontro de exibições de filmes, sessões de áudio, passeios, conversas, jam sessions, gravações, oficinas, leituras e escrita que produziu debates, festas, textos e memórias. Esses encontros foram um método de pesquisa que levaram a uma performance incomum, que conectou o subúrbio vizinho de Hillbrow com a Wits University.

O ponto de partida de Nonwane foi uma cena de suicídio do romance Welcome to Our Hillbrow, de 2001, do escritor falecido Phaswane Mpe. O livro trata de temas ligados a xenofobia, suicídio, sexo, HIV e amor. A cena de suicídio do livro foi reconstituída no telhado do Summit Club, em Hillbrow, como conclusão da residência, simultaneamente a um trabalho da “banda” The Brother Moves On, de Johannesburgo, que revisitou a música do falecido Moses Taiwa Molelekwa.

Thath’i Cover Okestra

No início dos anos 90, uma nova forma de dance music urbana nasceu em Johannesburgo, influenciando toda a região sul-africana. Falando aos jovens na língua que eles entendem e falam, a música partiu de gêneros anteriores que inovaram os sons indígenas da região.5 O Kwaito adotou os avanços tecnológicos da produção musical e os impregnou de sensibilidade política.

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Ensaio geral antes da apresentação do primeiro projeto da Thath’i Cover Okestra, com Mngomezulu Neku no contrabaixo, Tito Zwane no baixo, Zweli Mthembu na guitarra, Nkosinathi Mathunjwa no teclado, Kgomotso Mamaila na voz, Tiko Ngobeni na percussão e didgeridoo, RubyGold na voz, Gwyza na voz, Sibusiso Galaweni na bateria e Tebogo Mokoena no saxofone. Produzido por Malose Kadromatt Malahlela e Rangoato Mma Tseleng Hlasane, da Keleketla!, o projeto de educação musical contou com a colaboração dos ensembles da Alexandra Field Band em duas músicas. 5 de maio de 2011, praça de Drill Hall. Foto: Tolo Pule/Manifest

Em 2012, como parte do projeto “Shoe Shop” do Goethe-Institut Johannesburgo, a Biblioteca Keleketla! pediu a 12 jovens músicos de diferentes bandas de Johannesburgo que explorassem o “catálogo” formativo do Kwaito. O foco era a exploração da sensibilidade política e espiritual da música dos anos 90, com o objetivo de criar uma apresentação ao vivo em Drill Hall. O impacto do projeto foi bem amplo e, no mesmo ano, os jovens músicos foram convidados para o festival Pan African Space Station, na Cidade do Cabo, promovido pela revista Chimurenga, desta vez em parceria com músicos da própria Cidade do Cabo.

É importante para a Keleketla! criar esses tipos de projetos paralelamente à biblioteca e aos projetos do KASP. Especulativos e experimentais, eles apresentam modelos e propostas que falam de conceitos de público, financiamento de instituições artísticas e relevância em resposta a contextos locais específicos.

O futuro

Nesta fase do projeto, iniciamos uma reflexão depois desses cinco anos que requer o arquivamento de todo o material. Parte desse processo trata-se de rever como interpretamos nosso próprio trabalho. Keleketla! publicou recentemente, de modo independente, a segunda edição da nossa publicação 56 Years to the Treason Trial: Intergenerational Dialogue as Tool for Learning. A publicação de 2012 consolidou o trabalho educacional realizado entre 2010 e 2012, analisando os métodos, processos e aplicações em formato de livro, o que incluiu conversas entre os mais velhos/historiadores e participantes do programa extracurricular e estudantes. As informações do livro reuniram a história nacional e o contexto regional, como mencionamos brevemente no “Capítulo Dois” deste estudo de casos: KASP.

Na nova edição de 2014, 58 Years to the Treason Trial, trabalhamos em conjunto com a escola parceira em Johannesburgo, Freedom Community College, e com uma nova escola parceira em Polokwane, Kgagatlou Secondary School, para revisar a publicação na sala de aula com alunos e professores. Esse processo de trabalho longe do espaço original de Drill Hall abriu novos caminhos de programação. Keleketla! adota uma programação nômade, móvel e dispersa em torno da educação e de experimentos.

Está em fase final de digitalização um arquivo de vídeo, o que abre oportunidades para novas formas de compartilhamento por meio de publicações, apresentações e performances. O material digital da Keleketla! permite ampliar o acesso e a troca, abrindo caminho para a fusão dos espaços de conhecimento tradicionais e tecnológicos.

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1 O Joubert Park Project (JPP) foi um coletivo de artistas que atuou em Joubert Park, em Johannesburgo, de 2000 a 2009, interessado na arte pública na cidade e liderado por Dorothee Kreutzfeldt, Joseph Gaylard e Bie Venter. Entre 2004 e 2009, o JPP trabalhou em Drill Hall, negociando projetos de arte pública no local e arredores. O JPP encerrou sua programação em 2009, um ano depois do estabelecimento da Keleketla! como projeto interessado numa programação diária. O JPP ofereceu apoio à Keleketla! em seus estágios iniciais, sendo que dois de seus integrantes participaram ativamente em nível de diretoria.

2 Ver uma crítica em: http://keleketla.org/2009/06/12/stokvel-same-ol-same-different-goal/

3 Ver uma crítica coletiva em: http://keleketla.org/2009/06/12/stokvel-same-ol-same-different-goal/

4 R 30.000 = U$ 2.691 ou R$ 6.468 (considerando o câmbio de 1 rand da África do Sul = 0,089 dólar e 0,215 real)

5 A árvore genealógica do Kwaito inclui Bubblegum (anos 1980), Mbaqanga (anos 1970), Kwela (décadas de 1950 e 1960), e Marabi (décadas de 1930 a 1950).