Laboratório Contemporâneo: Conferência-espetáculo Olha, imagina, escuta, sente. Casa Daros, 12 de dezembro de 2014. Foto: Tania Kolker
Casa 3 – Ilha
(OLHE A ILHA) (OLHE A ILHA) (OLHE A ILHA) (OLHE A ILHA)
Se bater de frente. Se negar, ilhar-se-há
Mente limpa a selva de pedra.
ILHA: uma experiência.
Aqui não é lugar de medo, é lugar de muda.
Tod@s numa barca rumo à ilha, um espaço de amor-troca-criação.
A Ilha(nós) pura improvisação da vida cotidiana.
Naufrágio pós-imersão Laboratório, resultando em ações politicamente democráticas. A construção de um espaço já público em paisagem sonora urbana.
Seres primitivos se encontram com os padrões da sociedade moderna. A essência selvagem que floresce do concreto. A esperança no meio do caos. A paz interior é alcançada ao atravessar a rua.OLHE a Ilha, ENTRE na Ilha, HABITE na Ilha, CONECTE-SE na Ilha”
Luan Machado
Mar Multidão
Bia Lopes
Laboratório Contemporâneo, Olha, imagina, escuta, sente. Casa Daros, 12 de dezembro de 2014. Foto: Jessica Gogan
Onde o fora pode se tornar liberdade, o transbordar. Ultrapassar os limites, conectar outras dimensões em universos que estão diante de nossos olhos, mas são facilmente esquecidos. A ilha era o fora que muitos de nós queríamos, mas como buscar esse fora? Em um arquipélago de pedras portuguesas com postes e um telefone. Seria ele a comunicação que nos faltava ou a que repudiávamos? Os carros, as pessoas, a cidade e aquela ilha ali no meio disso tudo. Viver a ilha foi tentarmos lembrar que estamos vivos e que nos sentimos vivos, lembrar de sentidos e sensações que já não habitam mais nossos corpos naufragados no mar da multidão.
A ilha que conecta
Rafa Éis
Laboratório Contemporâneo, Olha, imagina, escuta, sente. Casa Daros, 12 de dezembro de 2014. Foto: Jessica Gogan
A ilha surge da imprevisibilidade de nossos encontros. Criar modos de fazer que impossibilitem qualquer resultado esperado tornou-se o modus operandi do nosso grupo. Vejo a Ilha como uma das mais fortes e políticas ações de nossa conferência-espetáculo. São notáveis os fluxos que vêm deslocando para o campo pessoas que não mais compactuam com as lógicas mercadológicas que capturam desejos, subjetividades e relações nas grandes cidades. Nesse processo migratório, muitos artistas de diversas linguagens, livres pensadores, famílias que buscam inventar modos não dominantes de educação, grupos que decidem produzir o que consomem, enfim, uma multiplicidade que busca conectar-se com a terra e romper com um sistema socioeconômico que parasita a vida. A Ilha me pareceu ser este lugar para o qual convergem vetores de potência que questionam a crescente aridez das grandes metrópoles. Lugar inventado com bambu e corda de sisal, chá de sol e trocas de saberes, esteiras de palha, pinturas de urucum e conversas não planejadas. Plantada como semente de vida em porção de pedra rodeada por rios-asfaltos e erguida sob árvores-postes, a ilha, ao contrário do que pode sugerir, inventou-se como um lugar de intensas conexões entre pessoas no meio de uma selva de apartamentos.