Ana Laura Lopez, artista. Depoimento “Os sentidos do sentido do público na arte”. Encontro regional, 7 de novembro, Porto Alegre, 2013, 9ª Bienal do Mercosul. Frame de filme: André Oliveira/Leandro Almeida.
Os sentidos do sentido do público na arte:
9ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre
Quando convidados pelo Instituto MESA para participar do desenvolvimento do projeto Sentido do Público na Arte na região Sul, fomos tomados por uma caleidoscópica pergunta: quais são os sentidos das palavras sentido, arte e público que nomeiam o projeto? Ou melhor, quais são os sentidos do sentido do público na arte? Diante deste mise en abyme, nada nos pareceu mais atraente do que passar o problema adiante e espiar como diferentes pessoas recebiam a polifônica questão.”
Diana Kolker e Rafa Éis1
O projeto O Sentido do Público na Arte assumiu como proposição a importância de se refletir sobre a complexidade estética e ética das interações públicas da produção artística contemporânea com a sociedade, envolvendo as singularidades regionais brasileiras de três distintos contextos nacionais: Rio de Janeiro, Porto Alegre e Juazeiro, Sertão.2
Na cidade de Porto Alegre realizamos uma coleta de depoimentos em vídeo sobre os sentidos do sentido do público na arte no contexto da 9ª Bienal do Mercosul, Se o clima for favorável. O projeto foi desenvolvido em colaboração com a curadora e educadora independente Mônica Hoff, também ex- coordenadora do projeto pedagógico da Fundação Bienal do Mercosul e uma das curadoras da 9ª Bienal, e com os artistas/educadores Diana Kolker e Rafa Éis (integrantes do Coletivo E), que também colaboraram com o projeto pedagógico dessa e de outras edições da Bienal do Mercosul.
Artistas, curadores, educadores, mediadores, arquitetos, comunicadores e pesquisadores envolvidos de alguma forma na 9ª ou em outras edições da Bienal do Mercosul foram convidados a participar e, ao longo do dia 7 de novembro de 2013, alguns dias antes do encerramento da Bienal, diversas reflexões foram registradas.
O vídeo aqui apresentado é uma seleção desses depoimentos com aproximadamente 25 minutos, direção e edição de Diana Kolker e Rafa Éis e montagem/edição de Leandro Almeida.
Agradecimentos a todos os participantes: Alberto Gomez Garcia, Ana Cristina Meneghetti, Annaline Curado, Ariela Dedigo, Bruna Fetter, Bruno Salvaterra, Dandara Cagliari, Daniela Kern, Diana Kolker, Estevão da Fontora Haeser, Fabricio Sortica, Luciana Loponte, Luciano Montanha, Marcio Lima, Maria Soledad Mendez, Michel Flores, Michele Sommer, Mônica Hoff, Nadia Campos Alíbio, Priscila Costa Oliveira, Rafael Silveira, Silvia Carneiro, Welignton Ricardo Machado da Silva e Valquiria Prates.
Um agradecimento especial a André Oliveira, pela filmagem, e a Gabriela Silva, Luciane Bucksdricker e Ana de Carli, pela assistência na produção.
Além do vídeo, Mônica Hoff, Diana Kolker e Rafa Éis foram convidados a contribuir com um ensaio sobre o tema, reflexões e suas experiências no contexto que eles vivenciaram na Bienal.
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1 Depoimento por email. Novembro de 2014
2 O projeto, coordenado pelo Instituto MESA e premiado pela 10ª edição Redes de Encontros nas Artes Visuais da Funarte, promoveu uma série de encontros, abrigando o intercâmbio de ideias e experiências que vêm ressignificando o sentido de público na arte e na cultura brasileira. Partindo dessa premissa, criamos um fórum itinerante reunindo múltiplas perspectivas presentes no horizonte das práticas culturais nacionais em três regiões distintas: Rio de Janeiro/RJ, Porto Alegre/RS e Juazeiro do Norte/CE. A série de encontros foi planejada em colaboração com instituições, artistas, curadores e educadores locais: Rio de Janeiro/Casa Daros, com a gerente de arte e educação, Bia Jabor, o ex-diretor de arte e educação, Eugenio Valdés Figueroa, e a coordenadora do programa Arte é Educação, Roberta Condeixa; Porto Alegre/Bienal do Mercosul, com a curadora/educadora independente Mônica Hoff, também ex-coordenadora do projeto pedagógico da Fundação da Bienal do Mercosul e uma das curadoras da 9ª Bienal do Mercosul, e os artistas/educadores Diana Kolker e Rafa Éis, integrantes do Coletivo E, que também colaboram com o projeto pedagógico desta e outras bienais; Juazeiro do Norte/Cariri no Centro Cultural do Banco do Nordeste com a gerente do Centro Cultural do Banco do Nordeste em Fortaleza, Jacqueline Medeiros, o artista José Rufino, o diretor do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) e professor de arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), Luiz Guilherme Vergara, o pesquisador da cultura popular com foco no Sertão e diretor do Centro de Artes UFF, Leonardo Guelman, o curador e diretor do Scottish Sculpture Workshop, Nuno Sacramento, e participação e colaboração especial de Felipe Caixeta, pesquisador do Sertão e mestrando da UFF, e do documentarista Daniel Leão. No final, foi organizado um Encontro Nacional, realizado em parceria com o MAC, que reuniu as perspectivas regionais que atravessaram o projeto no decorrer de todo o processo. Além dos colaboradores institucionais e regionais, participaram desse encontro as pesquisadoras Sabrina Marques Parracho Sant’anna e Tânia Rivera, o crítico/curador Frederico Morais, que falou pela primeira vez sobre a Bienal inaugural do Mercosul em 1997, a artista Katie Van Scherpenberg, que fez a intervenção 14+1: sal grosso sobre areia na praia da Boa Viagem de Niterói, e o Coletivo ¡NoPasaran!, que exibiu no pátio do museu o filme É tudo mentira.