Revista MESA Nº6
Vidas Escondidas
A 6ª edição da Revista MESA, “Vidas Escondidas”, é dedicada aos múltiplos sentidos de “escondido” na sociedade. A busca por trazer luz às questões que atravessam e ameaçam nossas vidas é recorrente como uma vontade crítica e (re)generadora do indagar – o que pode a arte no mundo contemporâneo? A edição é composta por estudos de casos, artigos, entrevistas, diálogos, filmes e ensaios fotográficos das interfaces entre arte e práticas contemporâneas socialmente engajadas, reunindo-se como corpo coletivo das múltiplas vozes de contra narrativas e diferentes estratégias poéticas e políticas. As vidas escondidas são abordadas como parte das lutas por justiça restaurativa, democracia e igualdade social: recuperação de memórias, investigando esconderijos e des-escondendo engrenagens de silenciamentos; questionando os sistemas escolares, religiosos e psiquiátricos; gerando outras perspectivas de manifestações artísticas, muitas não-ainda arte ou além; habitando e transformando adversidades em reencantamentos de outros mundos possíveis.
Projetada como plataforma viva para documentação, colaboração e reflexão, MESA é uma escultura social que mobiliza seu devir revista-escola ao atuar como ponte e “mesa” entre artistas, pesquisadores, instituições, universidades, comunidades, professores e estudantes de diversas áreas dentro e fora do Brasil, tecendo fios entre as cartografias do escondido neste número. Desenvolvida ao longo de 2019-2021, a partir da semente geradora da exposição “Baia de Guanabara: Aguas e vidas escondidas”(2016) no MAC, Niterói, esta edição conecta iniciativas locais: desde as periferias do Morro do Bumba, Niterói e São Gonçalo, ao Vale de Jequitinhonha; desde as questões de fé e religião, aos legados dos desaparecimentos e desaparecidos das ditaduras no Brasil, Argentina e Chile; desde as ações coletivas na Pequena África no Rio de Janeiro, às práticas socialmente engajadas em diversos contextos na Irlanda, Escócia e Chipre. Reconhecemos que as iniciativas de pesquisa-ação, encontros e conversas com e entre os colaboradores foram fundamentais para o projeto editorial. Assim se reafirma a base ética defendida em todas as edições anteriores com ênfase na criação coletiva, nas práticas artísticas dirigidas à formação de redes de colaborações como geradoras de conectividades e vínculos entre diferentes setores e organizações sociais locais.