Vidas Escondidas

Nº6

03 2021

Revista MESA Nº6

Vidas Escondidas

A 6ª edição da Revista MESA, “Vidas Escondidas”, é dedicada aos múltiplos sentidos de “escondido” na sociedade. A busca por trazer luz às questões que atravessam e ameaçam nossas vidas é recorrente como uma vontade crítica e (re)generadora do indagar – o que pode a arte no mundo contemporâneo? A edição é composta por estudos de casos, artigos, entrevistas, diálogos, filmes e ensaios fotográficos das interfaces entre arte e práticas contemporâneas socialmente engajadas, reunindo-se como corpo coletivo das múltiplas vozes de contra narrativas e diferentes estratégias poéticas e políticas. As vidas escondidas são abordadas como parte das lutas por justiça restaurativa, democracia e igualdade social: recuperação de memórias, investigando esconderijos e des-escondendo engrenagens de silenciamentos; questionando os sistemas escolares, religiosos e psiquiátricos; gerando outras perspectivas de manifestações artísticas, muitas não-ainda arte ou além; habitando e transformando adversidades em reencantamentos de outros mundos possíveis.

Projetada como plataforma viva para documentação, colaboração e reflexão, MESA é uma escultura social que mobiliza seu devir revista-escola ao atuar como ponte e “mesa” entre artistas, pesquisadores, instituições, universidades, comunidades, professores e estudantes de diversas áreas dentro e fora do Brasil, tecendo fios entre as cartografias do escondido neste número. Desenvolvida ao longo de 2019-2021, a partir da semente geradora da exposição “Baia de Guanabara: Aguas e vidas escondidas”(2016) no MAC, Niterói, esta edição conecta iniciativas locais: desde as periferias do Morro do Bumba, Niterói e São Gonçalo, ao Vale de Jequitinhonha; desde as questões de fé e religião, aos legados dos desaparecimentos e desaparecidos das ditaduras no Brasil, Argentina e Chile; desde as ações coletivas na Pequena África no Rio de Janeiro, às práticas socialmente engajadas em diversos contextos na Irlanda, Escócia e Chipre. Reconhecemos que  as iniciativas de pesquisa-ação, encontros e conversas com e entre os colaboradores foram fundamentais para o projeto editorial. Assim se reafirma a base ética defendida em todas as edições anteriores com ênfase na criação coletiva, nas práticas artísticas dirigidas à formação de redes de colaborações como geradoras de conectividades e vínculos entre diferentes setores e organizações sociais locais.

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Cuidado como método

Nº5

12 2018

Revista MESA Nº5

Cuidado como método

Esta quinta edição especial da Revista MESA “Cuidado como método” reúne múltiplas vozes, práticas e experiências que nos convidam a refletir sobre o cuidado enquanto força micropolítica, prática artística e modo de reprodução social, dimensão que muitas vezes se perde nos empregos diversos e correntes da palavra; que é desvirtuada nas hierarquias que se estabelecem quando o cuidado é institucionalizado, nos discursos demagógicos e paternalistas de políticos e partidos. A partir desta noção de cuidado a revista busca abordar a complexidade de processos desenvolvidas em diferentes contextos sócio-culturais, que mobilizam o cuidado como método na contemporaneidade e em diversas formas de práticas artísticas. Resultado de uma intensa rede de trocas, trabalho e investigação que vem sendo tecida desde 2015 entre Brasil e Escócia, esta edição da Revista MESA afirma a dimensão política do cuidado indicada na origem da palavra no latim cogitare, cogitar o outro, que em português se aproxima da ideia de (co)moverse, de afetar e deixar-se afetar, de mover-se com, e a si mesmo, na relação com a coletividade.

Com a colaboração de mais de noventa pessoas de diferentes continentes, contextos e territórios sócio-culturais, MESA # 5 aposta no potencial dos encontros de criarem relações de afetos, de abraçarem as diferenças e abrirem novas formas de comunicação. Especialmente alimentada pelos desdobramentos do Encontro Internacional Cuidado como Método # 2, realizado no Rio de Janeiro nos meses de setembro e outubro de 2017, esta edição representa a culminância de três anos de diálogos. Reunindo diferentes experiências de pessoas, grupos e instituições, a presente edição aprofunda os debates, visitas e festividades que integraram este encontro internacional e também registra as iniciativas de diversos grupos do trabalho na Escócia e do Projeto arte_cuidado no Brasil. Aqui podemos reconhecer as ressonâncias geradoras dessa rede internacional de colaboração em artigos, na think piece, em diálogos, intervenções e estudos de caso reunidos pela primeira vez nesta publicação.

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Passado como pensamento forma Práticas Híbridas/Zonas Limite

Nº4

05 2015

Revista MESA Nº4

Passado como pensamento forma Práticas Híbridas/Zonas Limite

A 4ª edição da Revista MESA reúne reflexões que se baseiam em narrativas críticas inspiradoras como pedras de toque vitais. Edson Sousa, em seu think piece, explora a utopia como um movimento que vai do futuro ao passado, numa correnteza contra a realidade. Em seu ensaio fotográfico Graciela Carnevale compartilha a ideia de um contrafluxo de futuro com as utopias silenciadas das experiências radicais do Grupo de Vanguarda Artística Argentino em 1968. Dois estudos de casos nacionais exploram projetos contemporâneros inspirados nas histórias experimentais da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro nos anos 70. Em seu estudo de caso internacional, Mary Jane Jacob e Kate Zeller exploram as referências históricas de John Dewey e Jane Addams para seu projeto A prática vivenciada em Chicaco. Em Santiago, Chile, Claudia Zaldivar relata a história do Museo de La Solidaridad Salvador Allende e sua genealogia de esperança e luta. Em seu artigo de universidades livres, Sergio Cohn esboça a história de escolas inspiradas no anarquismo no Brasil e explora paralelos contemporâneos. A vídeo-entrevista desta edição explora o projeto lendário The Model: A Model for a Qualitative Society (O Modelo: Um Modelo para uma Sociedade Qualitativa) no Moderna Museet, em Estocolmo, em 1968, e o The New Model: An Enquiry (O Novo Modelo: Uma Investigação), projeto de pesquisa que investiga o legado do The Model.

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O Sentido de público na arte

Nº3

05 2015

Revista MESA Nº3

O Sentido de público na arte

A 3ª edição da Revista MESA apresenta um ecossistema de escritas, práticas e políticas para uma alternativa global e novos sentidos de público. O think piece de Peter Pál Pelbart abre esta cartografia associando o ser humano contemporâneo com a aranha, daí cruzam-se corpos da política de contracafetinagem no artigo de Rodrigo Nunes à vídeo-entrevista sobre reconfiguração do público de Danilo Streck, que transbordam para as corporizações moventes e comoventes do filme do coletivo ¡NoPasaran! sobre as manifestações de 2013. Esta edição se torna especial pela diversidade geográfica (nacional e internacional) dos acontecimentos e ensaios reunidos. Ressaltamos três estudos de casos nacionais com ensaios, vídeos e depoimentos realizados a partir do projeto itinerante O Sentido do Público na Arte, graças ao Prêmio (10ª edição) Redes de Encontros nas Artes Visuais da Funarte. Três regiões distintas do Brasil, ou ecossistemas culturais, são representadas pelos encontros do projeto no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Juazeiro do Norte, Cariri. Essa trama de aprofundamentos se tornou transcultural com a inclusão de dois estudos de caso internacionais: Glasgow Museum of Arte, na Escócia, e Biblioteca Keleketla!, em Johannesburgo, África do Sul.

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Espaços Poéticos = Linguagens Éticas

Nº2

03 2015

Revista MESA Nº2

Espaços Poéticos = Linguagens Éticas

2ª edição da Revista MESA explora as interconexões entre ética e estética e processos que atravessam arte, ativismo e pedagogia na América Latina. O “think piece” de Fred Coelho, refletindo sobre os temas da revista, aponta para o “como viver juntos”. Apresentamos quatro estudos de casos: Angela Carneiro nos introduz o curso de extensão Universidade das Quebradas; Roberta Condeixa explora a experiência de Juan Manuel Echavarría no seu laboratório terapêutico com os ex-guerrilheiros do narcotráfico na Colômbia; Felipe Moreno discorre sobre René Francisco e seus cursos intitulados de “pragmáticas pedagógicas”, criando com seus alunos ações coletivas fora das salas de aulas; e o coletivo argentino Ala Plástica expressa sobre seu engajamento ambiental e biorregional. A vídeoentrevista para esta edição foi realizada com o artista Carlos Vergara que, com sua prática de se deslocar e viajar pelo mundo, reconhece a potência do artista como “um coadjuvante”. Também faz parte da revista um ensaio sonoro com o artista Guilherme Vaz, filmado na mata atlântica em Niterói, percorrida por Charles Darwin. Finalmente, o artigo de Cristina Ribas explora seu projeto “Vocabulário Político para Processos Estéticos”, uma colaboração com 30 artistas e pesquisadores na criação de novos vocabulários políticos e transversais.

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Territórios e Práticas em Processo

Nº1

02 2014

Revista MESA Nº1

Territórios e Práticas em Processo

Os territórios são definidos pelas suas práticas; as práticas, por sua vez, são encarnadas em suas instâncias fixas e fluxos de ritualizações plásticas e sociais. A 1ª edição da Revista MESA explora este terreno complexo e móvel nas áreas de arte contemporânea, curadoria e educação. O think piece de Tania Rivera aponta para a ressonância poética da arte no mundo e a importância de uma prática curatorial, crítica e pedagógica de dispersão e disseminação. Em dois estudos de casos internacionais, Claudia Zeiske e Nuno Sacramento mostram a vitalidade da arte contemporânea em contextos rurais. Dois estudos de casos nacionais exploram a potência da vida pública da arte: 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, e diferentes reflexões sobre a instalação oBichoSusPensoNaPaisaGen, de Ernesto Neto. Nestes territórios vivos surgem novos horizontes de possibilidades práticas das poéticas do cuidar e curar, como mostra o processo de José Rufino com os pacientes da doença de Alzheimer – parte de uma exposição e residência do artista no Museu Andy Warhol nos Estados Unidos –, relatado em um artigo nesta edição. Além disso, a entrevista em vídeo com Jailson de Souza e Silva, diretor do Observatório de Favelas no Rio de Janeiro, pensa a cidade como um território criativo e pedagógico, e o ensaio fotográfico de Leonardo Guelman mostra o mundo popular e religioso do povo nordestino.

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