Nº7 Corpo chão coração

Apresentação

Revista MESA

Revista MESA é um periódico bilíngüe (português e inglês) digital publicado semestralmente pelo Instituto MESA. Propõe-se tornar visível a complexidade das interações públicas da produção artística contemporânea com a sociedade, e explorar as mudanças éticas e estéticas que embasam as práticas sociais atravessando os campos da arte, curadoria e educação em seus distintos formatos. Com artigos críticos, think piece, contribuições, estudos de caso nacionais e internacionais, vídeos, entrevistas e ensaios fotográficos, MESA pretende apresentar as reflexões críticas sobre a arte e a sociedade, baseando-se em experiências dos profissionais atuantes neste campo complexo (artistas, curadores, educadores, pesquisadores e ativistas) e também em pesquisas a partir de uma ampla gama de disciplinas (história da arte, estudos latino-americanos, museologia, educação, antropologia, sociologia, geografia e filosofia). Com uma circulação nacional e internacional, MESA busca um diálogo entre as práticas críticas e criativas em seus distintos contextos, formatos e situações.
Revista MESA Editores: Jessica Gogan e Luiz Guilherme Vergara em colaboração com diversos contribuidores e autores para cada edição.

Nº 1. Territórios e Práticas em Processo
Fevereiro 2014

Os territórios são definidos pelas suas práticas; as práticas, por sua vez, são encarnadas em suas instâncias fixas e fluxos de ritualizações plásticas e sociais. O material reunido para esta primeira edição explora este terreno contemporâneo, complexo e móvel nas áreas de arte, curadoria e educação. A crítica e pesquisadora Tania Rivera foi convidada a contribuir com um think piece para acompanhar esta edição sobre territórios e práticas em processo. No trabalho ela explora a ressonância poética da arte no mundo e a importância de uma prática curatorial, crítica e pedagógica de dispersão e disseminação.

Nos estudos de casos internacionais, a curadora alemã Claudia Zeiske descreve na prática do Deveron Arts as formas de pensar a cidade como um espaço de acontecimentos que envolvem artistas e públicos. Além, o curador português nascido em Moçambique, Nuno Sacramento, provoca uma discussão política sobre a produção de um novo commun através do seu projeto Makers’ Meal, que juntou artistas e artesãos para criar um jantar – desde as mesas, os talheres, até à comida. Os dois projetos, realizados no nordeste da Escócia, mostram a vitalidade da arte contemporânea em contextos rurais.

Outros dois estudos de casos, agora nacionais, exploram a vida pública da arte e a experiência que ela inaugura como um campo crítico e criativo: a geopoética da 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre – com um vídeo entrevistando curadores, artistas, participantes e educadores; e quatro outros ensaios que mergulham numa escultura de vivências criada com públicos diferentes, explorando a instalação oBichoSusPensoNaPaisaGen, do artista Ernesto Neto.

Nestes territórios vivos surgem novos horizontes de possibilidades práticas das poéticas do cuidar e curar, como mostra o processo de José Rufino com os pacientes da doença de Alzheimer – parte de uma exposição e residência do artista no Museu Andy Warhol nos Estados Unidos –, relatado em um artigo nesta edição.

Além destas mudanças nas práticas artísticas e curatoriais, a entrevista em vídeo com Jailson de Souza e Silva, diretor do Observatório de Favelas no Rio de Janeiro, mostra a importância das novas lentes críticas e as formas de pensar a cidade como um território criativo e pedagógico. Num outro contexto, o ensaio fotográfico de Leonardo Guelman, que aborda a Casa dos Milagres no Nordeste do Brasil, mostra o mundo popular e religioso do povo nordestino. Infelizmente esse lugar foi recentemente perdido por um incêndio, reforçando ainda mais a importância do testemunho da vitalidade da cultura popular.

Contribuidores e Colaboradores da 1ª edicão:
Anita Sobar, Bernardo Zabalaga, Bianca Bernardo, Claudia Zeiske, Ernesto Neto, Imagens de Povo, Jailson de Souza e Silva, Jessica Gogan, José Rufino, Leandro Almeida, Leonardo Guelman, Luiz Guilherme Vergara, Nuno Sacramento, 8ª Bienal do Mercosul, Tania Rivera, e Virgínia Kastrup.

Nº 2. Espaços Poéticos = Linguagens Éticas
Abril 2015

Ressaltamos nesta segunda edição da Revista MESA ressonâncias conceituais como parte de uma conversa crítica inacabada e aberta para o transbordamento atual do estético a serviço do ético. Reúnem-se nesta edição formas de estar juntos. Fred Coelho, no seu “think piece” provocador, aponta para o “como viver juntos” vivenciado por artistas e não artistas no Brasil e na América Latina.

Nos estudos de casos, Angela Carneiro nos apresenta o curso de extensão Universidade das Quebradas, apontando para um fluxo vital de afeto que mobiliza e constrói a criação de uma cartografia vivenciada de encontros, derivas e travessias. Felipe Moreno discorre sobre René Francisco, que leva seus alunos a participar no “mundo real”, fora do ateliê e das salas de aula, e seus cursos intitulados de “pragmáticas pedagógicas”, criando com seus alunos ações coletivas. O coletivo argentino Ala Plástica expressa seu engajamento ambiental e biorregional com iniciativas que compreendem estratégias e ações comunicativas ligadas aos contextos sociais e que contrastam com a ideologia modernista da neutralidade da arte. E Roberta Condeixa nos oferece as microutopias realizadas por Juan Manuel Echavarría no seu laboratório terapêutico de resgates existenciais com os ex-guerrilheiros do narcotráfico na Colômbia.

Nesta edição, o espaço para a entrevista foi com o artista Carlos Vergara que, com sua prática constante de se deslocar e viajar pelo mundo, realiza um gesto criativo único de reverência e (in)vocação pelas singularidades que habitam cada lugar reconhecendo a potência do artista como “um coadjuvante”.

Um olhar sobre a natureza é também parte do comprometimento com outras margens, com os povos indígenas, culturas e consciência ambiental. Guilherme Vaz propõe uma performance sonora com maracás na mata atlântica em Niterói percorrida por Charles Darwin, fundando uma simbologia cerimonial do acontecer solidário entre sons indígenas e ritos contemporâneos que se produz simultaneamente com a experiência.

Finalmente, com a colaboração de 30 artistas e pesquisadores de diversas regiões do Brasil, Cristina Ribas nos oferece em seu artigo uma rede com novos vocabulários transversais para navegar e reinventar nosso lugar no mundo.

Contribuidores e Colaboradores da 2ª edicão:
Ala Plástica, Angela Carneiro, Beá Meira, Carlos Vergara, Chloé Le Prunennec, Cristina Ribas, Daniel Leão, Felipe Moreno, Frederico Coelho, Guilherme Vaz, Jessica Gogan, Juan Manuel Echavarría, Leandro Almeida, Luiz Guilherme Vergara, Noélia Albuquerque, René Francisco Rodríguez e Roberta Condeixa.

Nº 3. Sentido de Público na Arte
Maio 2015

Entendemos esta terceira edição da Revista MESA como uma revista-processo, um ecossistema de vozes e escritas, palavras e imagens convocando práticas e políticas para uma alternativa global e novos sentidos de público.

Peter Pál Pelbart abre esta cartografia associando o ser humano contemporâneo com a aranha, daí cruzam-se corpos da política de contracafetinagem de Rodrigo Nunes à reconfiguração do público de Danilo Streck, que transbordam para as corporizações moventes e comoventes do filme do coletivo ¡NoPasaran! sobre as manifestações de 2013.

Esta edição se torna especial pela diversidade geográfica (nacional e internacional) dos acontecimentos e ensaios reunidos. Ressaltamos três estudos de casos nacionais com ensaios, vídeos e depoimentos realizados a partir do projeto itinerante O Sentido do Público na Arte, graças ao Prêmio (décima edição) Redes de Encontros nas Artes Visuais da Funarte. Três regiões distintas do Brasil, ou ecossistemas culturais, são representadas pelos encontros do projeto no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Juazeiro do Norte, Cariri. Tornam-se visíveis e audíveis as diferenças de imaginários, indissociáveis das singularidades geopoéticas. Não haveria como tratar do sentido de público na arte sem o sentir encarnado da diversidade da cultura brasileira contemporânea.

Essa trama de aprofundamentos se tornou transcultural, ampliando as fronteiras nacionais com estudos internacionais. São quatro pontos cardeais de distâncias continentais e proximidades éticas que se unem nesta edição. Da adversidade e resistência poética são tecidos os fios do sertão do Ceará a Porto Alegre, de Johannesburgo, na África do Sul, a Glasgow, na Escócia.

Contribuidores e Colaboradores da 3ª edicão:
Alex Hetherington, Anthony Schrag, Barbara Szaniecki, Bia Jabor, Brian Hartley, Chloé Le Prunennec, Daniel Leão, Danilo R. Streck, Diana Kolker Carneiro da Cunha, Emma Balkind, Eugenio Valdés Figueroa, Felipe Moreno, Hans K Clausen, Jessica Gogan, José Rufino, Katie Bruce, Leandro Almeida, Leonardo Guelman, Luiz Guilherme Vergara, Mônica Hoff, Mysterious Creatures Dance Fusion, ¡NoPasaran!, Nuno Sacramento, Peter Pál Pelbart, Rafa Silveira [Rafa Éis], Rangoato Hlasane, Roberta Condeixa, Rodrigo Nunes, Sarah Barr e t s Beall.

 
Nº 4. Passado como Pensamento Forma
Práticas Híbridas/Zonas Limites

Maio 2015

Esta edição da Revista MESA reúne reflexões e casos históricos e contemporâneos que se baseiam em narrativas críticas inspiradoras como pedras de toque vitais. O subtítulo da edição, “Práticas híbridas e zonas limite”, aguça ainda mais o nosso interesse em explorar formas de engajamentos artísticos indissociáveis das interlocuções sociais, pedagógicas, ativistas, coletivas – que resgatam para a arte o seu sentido transgressor de desafio/vida e elite/democrática, particularmente decisória em momentos culturais críticos, como a virada do século XX e, mais recentemente, os anos 60 e 70.

Edson Sousa, em seu think piece, aponta para a zona fronteiriça do lugar de risco em que se inscreve a arte como “anteparo de nossas certezas” e impulsiona a noção de utopia como potência de eclosão do sentido linear do tempo, movimento que vai do futuro ao passado, numa correnteza contra a realidade.

Um contrafluxo de futuro ressoa em cada narrativa desta edição. Graciela Carnevale compartilha seu arquivo fotográfico de experiências radicais das ações artísticas e sociopolíticas do Grupo de Vanguarda Artística Argentino e seus projetos Tucumán Arde e Ciclo de Arte Experimental, em Buenos Aires e Rosário, em 1968.

Dois estudos de casos nacionais são apresentados: Rubens Gerchman: A demissão no bolso e Laboratório Contemporâneo na Casa Daros exploram os anos nos quais o artista foi diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, entre 1975 e 1979, e um curso experimental destinado a jovens artistas inspirado por este período – o Laboratório Contemporâneo – Propostas e descobertas do que é arte (ou pode ser). O segundo estudo apresenta o trabalho do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM, ativo entre 2009 e 2013, e explora paralelos experimentais na história do MAM.

Os estudos de caso internacionais são dos Estados Unidos e Chile. John Dewey e Jane Addams viram referências históricas para as curadoras Mary Jane Jacob e Kate Zeller e seu projeto A prática vivida, compondo um processo rico e multidimensional que investiu na potência de futuro do legado desses dois nas práticas de uma nova geração de artistas em Chicago. Em Santiago, Claudia Zaldivar relata a jornada de 34 anos do Museo de La Solidaridad Salvador Allende e sua genealogia de esperança e luta.

Em seu artigo de universidades livres, Sergio Cohn recupera as camadas arqueológicas de futuros tão presentes nas crises das instituições de educação, arte e cultura hoje, explorando projetos contemporâneos, tais como a Universidade Nômade, que compartilham paralelos ricos com as iniciativas idealistas do início do século XX por uma prática universitária livre.

A vídeo-entrevista desta edição explora o projeto lendário The Model: A Model for a Qualitative Society (O Modelo: Um Modelo para uma Sociedade Qualitativa) no Moderna Museet, em Estocolmo, em 1968, e o The New Model: An Enquiry (O Novo Modelo: Uma Investigação), projeto de pesquisa iniciado por Lars Bang Larsen e Maria Lind em 2011 que investiga o legado do The Model em uma série de exposições, seminários e projetos artísticos.

Contribuidores e Colaboradores da 4ª edição:
Beatriz Coelho, Bia Jabor, Chloé Le Prunennec, Clara Gerchman, Claudia Zaldivar, Daniel Leão, Diana Kolker Carneiro da Cunha, Edson Luiz André de Sousa, Gabriela Gusmão, Graciela Carnevale, Gunilla Lundahl, Jessica Gogan, João de Albuquerque, Kate Zeller, Lars Bang Larsen, Luan Machado, Luiz Guilherme Vergara, Magnus Bärtås, Mara Pereira, Maria Lind, Mary Jane Jacob, Michel Schettert, Palle Nielsen, Raphael Giammattey, Sabrina Curi e Sergio Cohn.

Nº 5 – Cuidado como método
Dezembro 2018

Esta quinta edição especial da Revista MESA “Cuidado como método” reúne múltiplas vozes, práticas e experiências que nos convidam a refletir sobre o cuidado enquanto força micropolítica, prática artística e modo de reprodução social, dimensão que muitas vezes se perde nos empregos diversos e correntes da palavra; que é desvirtuada nas hierarquias que se estabelecem quando o cuidado é institucionalizado, nos discursos demagógicos e paternalistas de políticos e partidos. A partir desta noção de cuidado a revista busca abordar a complexidade de processos desenvolvidas em diferentes contextos sócio-culturais, que mobilizam o cuidado como método na contemporaneidade e em diversas formas de práticas artísticas. Resultado de uma intensa rede de trocas, trabalho e investigação que vem sendo tecida desde 2015 entre Brasil e Escócia, esta edição da Revista MESA afirma a dimensão política do cuidado indicada na origem da palavra no latim cogitare, cogitar o outro, que em português se aproxima da ideia de (co)moverse, de afetar e deixar-se afetar, de mover-se com, e a si mesmo, na relação com a coletividade.

Com a colaboração de mais de noventa pessoas de diferentes continentes, contextos e territórios sócio-culturais, MESA # 5 aposta no potencial dos encontros de criarem relações de afetos, de abraçarem as diferenças e abrirem novas formas de comunicação. Especialmente alimentada pelos desdobramentos do Encontro Internacional Cuidado como Método # 2, realizado no Rio de Janeiro nos meses de setembro e outubro de 2017, esta edição representa a culminância de três anos de diálogos. Reunindo diferentes experiências de pessoas, grupos e instituições, a presente edição aprofunda os debates, visitas e festividades que integraram este encontro internacional e também registra as iniciativas de diversos grupos do trabalho na Escócia e do Projeto arte_cuidado no Brasil.  Aqui podemos reconhecer as ressonâncias geradoras dessa rede internacional de colaboração em artigos, na think piece, em diálogos, intervenções e estudos de caso reunidos pela primeira vez nesta publicação.

Contribuidores e Colaboradores da 5ª edição:

Autores:
Alison Stirling, Abel Luiz, Ana Kemper, Ana Vitória, Ariadne de Moura Mendes, Bia Jabor, Carlos Arthur Felipe, Claire Barclay, Cristina Ribas, Daniel Murgel, Denise Adams, Diana Kolker, Eleonora Fabião, Eliane Carapateira, Elielton Queiroz Rocha, Espaço Aberto ao Tempo, Fernanda Magalhães, Gina Ferreira, Isabella Dias, Izabela Pucu, James Bell, Josemias Moreira Filho, JV Santos, Kate Gray, Kirsten Lloyd, Laura Spring, Leandro Almeida, Leandro Freixo, Lívia Flores, Loucura Suburbana, Lula Wanderley, Luiz Claudio Silva, Luiz Guilherme Barbosa, Luiz Guilherme Vergara, Luiz Hubner, Luiza de Andrade, Marcos Barreto, Millena Lízia, Nicola White, Nuno Sacramento, Márcia Campos, Maria da Penha, Mario Chagas, Pamela Perez, Paula Batelli, Rafael Zacca, Raquel Fernandes, Ricardo Resende, Shona Macnaughton, Steve Hollingsworth, Tania Rivera, Thatiana Diniz, Thelma Vilas Boas e Wendy Jacob.

Instituições colaboradoras dos estudos de caso:
Artlink, Collective, Espaço Aberto ao Tempo, Loucura Suburbana, Macquinho Plataforma Urbana Digital e Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea e todos seus parceiros, colaboradores e apoiadores, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (CMAHO), Museu de Imagens do Inconsciente, Saracura, Lanchonete<>Lanchonete, o Programa Médico de Família de Niterói e os Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e em Estudos Contemporâneas das Artes da UFF.

Colaboradores do Glossário:
Alison Stirling, Ana Teresa Derraik, André Bastos, Angela Carneiro, Annette Krauss, Casa Jangada, Catarina Resende, Cezar Migliorin, Cristina Ribas, Dai Ramos, Eduardo Passos, Enrico Rocha , Fernanda Eugenio, Gladys Schincariol, Iacã Macerata, Lidia Costa Laranjeira, Luiz Guilherme Vergara, Mariana Guimarães, Noelle Resende, Rafa Éis, Rafael Zacca, Ruth Torralba, Steven Hollingsworth, Tulio Batista Franco e Virgínia Kastrup.

Entrevistados do vídeo;Cuidado como método
Abel Luiz, Alex Venâncio, Ana Carvalho, Ana Teresa Derraik, Ariadne de Moura Mendes, Arlindo Oliveira da Silva, Bianca Bernardo, Carla Guagliardi, Clovis Aparecido dos Santos, Eleonora Fabião, Elielton Queiroz Rocha, Elisama Arnaud, Emília Miterofe, Frederico Morais, Gê Vasconcelos, Gina Ferreira, Gladys Schincariol, Glaucia Villas Boas, Hélio Carvalho, Izabela Pucu, Josemias Moreira Filho, Lívia Flores, Luiz Carlos Marques, Luiz Carlos Mello, Lula Wanderley, Luiz Guilherme Vergara, Luiz Hubner, Luiz Sérgio de Oliveira, Magda Chagas, Maria Célia Vasconellos, Pablo Meijueiro, Marcelo Correa, Rafael Zacca, Raquel Fernandes, Ricardo Resende, Rogê de Oliveira Candido, Tânia Marins, Tania Rivera, Túlio Franco, Vitor Pordeus e William Moreira.

Nº 6 – Vidas escondidas
Março 2020

A 6ª edição da Revista MESA, “Vidas Escondidas”, é dedicada aos múltiplos sentidos de “escondido” na sociedade. A busca por trazer luz às questões que atravessam e ameaçam nossas vidas é recorrente como uma vontade crítica e (re)generadora do indagar – o que pode a arte no mundo contemporâneo? A edição é composta por estudos de casos, artigos, entrevistas, diálogos, filmes e ensaios fotográficos das interfaces entre arte e práticas contemporâneas socialmente engajadas, reunindo-se como corpo coletivo das múltiplas vozes de contra narrativas e diferentes estratégias poéticas e políticas. As vidas escondidas são abordadas como parte das lutas por justiça restaurativa e inclusão social: recuperação de memórias, investigando esconderijos e des-escondendo engrenagens de silenciamentos; questionando os sistemas escolares, religiosos e psiquiátricos; gerando outras perspectivas de manifestações artísticas, muitas não-ainda arte ou além; habitando e transformando adversidades em reencantamentos de outros mundos possíveis.

Projetada como plataforma viva para documentação, colaboração e reflexão, MESA é uma escultura social que mobiliza seu devir revista-escola ao atuar como ponte e “mesa” entre artistas, pesquisadores, instituições, universidades, comunidades, professores e estudantes de diversas áreas dentro e fora do Brasil, tecendo fios entre as cartografias do escondido neste número. Desenvolvida ao longo de 2019-2021, a partir da semente geradora da exposição “Baia de Guanabara: Aguas e vidas escondidas”(2016) no MAC, Niterói, esta edição conecta iniciativas locais: desde as periferias do Morro do Bumba, Niterói e São Gonçalo, ao Vale de Jequitinhonha; desde as questões de fé e religião, aos legados dos desaparecimentos e desaparecidos das ditaduras no Brasil, Argentina e Chile; desde as ações coletivas na Pequena África no Rio de Janeiro, às práticas socialmente engajadas em diversos contextos na Irlanda, Escócia e Chipre. Reconhecemos que as iniciativas de pesquisa-ação, encontros e conversas com e entre os colaboradores foram fundamentais para o projeto editorial. Assim se reafirma a base ética defendida em todas as edições anteriores com ênfase na criação coletiva, nas práticas artísticas dirigidas à formação de redes de colaborações como geradoras de conectividades e vínculos entre diferentes setores e organizações sociais locais.

Contribuidores e Colaboradores da 6ª edição: 

Autores e contribuidores:
Brasil:
 Angela Mascelani, Anita Sobar, Cintya Ferreira, Cristina Seixas, Daniela Name, Diana Kolker, Diego Zelota, Dudu, Fabio Tremonte, Gabriel de Souza Vieira, Gabriela Bandeira, Gaby, Izabela Pucu, Izadora, Jeff Medeiros, Jessica Barbosa, Joyce Maravilha, Joana Mazza, Julio Verztman, Karina, Kaylane Rodrigues, Kaylanne, Kênia Maia, Larissa, Laura Lima, Leandro Almeida, Lívia Moura, Luiz Guilherme Barbosa, Madalena Vaz Pinto, Maria Clara Zameii, Maria Clara Carrielo, Maria Ignês Albuquerque, Mariana de Lima Silva, Mauricio Dias, Pedro Sá Morais, Priscilla Grimberg, Raquel Danielli Mota, Renata Bazilia, Renata Targino, Sandro Rodrigues, Tania Kolker, Thais, Thiago Haule e Walter Riedweg.

Chipre: Alev Adil, Chyrstalleni Loizidou, Hüseyin Özinal e Twenty Three. Em especial as co-editoras do estudo de caso Esra Plumer e Evanthia Tselika “Conversando através da Zona Tampão cipriota: tornando visível o invisível.” AA_U, EMAA, Free School, Hands on Famagusta, NeME, Pikadilli, ReAfrodite, Rooftop Theatre Group, Sidestreet Culture, Studio 21, Urban Gorillas, Visual Voices e Xarkis.

Irlanda: Anne Mulhall, Bernie Masterson, Doutsje Nouta, Reverendo Val Rodgers, Seamus McGuinness, Vukasin Nedeljkovic e Willem Van Goor. Em especial Helen O’Donoghue co-editora do estudo de caso “Revelando o escondido: a prática artística socialmente engajada na Irlanda.”

Escócia: Caroline Gausden

Chile: José Santos Herceg e Maria Carolina Pizarro Cortes

França: Sandrine Teixido

Mexico: Mayra Martell

Instituições e organizações:

Casa Museu Rancho Verde, Glasgow Women’s Library, University of St Andrews – Escócia, Embaixada da Irlanda no Brasil, Rede Unida, Meta Tradução Simultânea (MTS), Instituto de Estudos Avançados (IDEA) da Universidade de Santiago do Chile e o Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneas das Artes da Universidade Federal Fluminense.

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A sexta edição foi realizada com o patrocínio do Edital de Chamada Emergencial de Premiação nº1/2020 – “Retomada Cultural RJ” Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Aldir Blanc.

A quinta edição da Revista MESA é uma realização do Instituto MESA com o Projeto Arte_Cuidado, o Artlink e a Collectiva, além da parceria com o British Council e Creative Scotland. Contou ainda com colaboração institucional do Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e em Estudos Contemporâneas das Artes da UFF.

As quatro primeiras edições foram contempladas por recursos do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 (Funarte/MinC).