À Mesa

“Conviver no mundo significa essencialmente ter um mundo de coisas interposto entre os que nele habitam em comum, como uma mesa se interpõe entre os que se assentam ao seu redor; pois, como todo intermediário, o mundo ao mesmo tempo separa e estabelece uma relação entre os homens.”

Hannah Arendt. A Condição Humana.

O Instituto MESA é dedicado a pesquisas, projetos e publicações transdisciplinares que realizam e aprofundam os encontros entre arte, cultura e sociedade.

Filosofia Mesa

Microgeografias da esperança
A partir da junção de conceitos-chave como “princípios da esperança” de Ernst Bloch e “geografia de ações” de Milton Santos, a microgeografia da esperança busca uma aproximação humana 1:1, como contraponto à escala monumental, através de interações estéticas e ambientais e de pequenos gestos sociopolíticos.

Ética das experiências compartilhadas
Propõe-se a dimensão ética validada pela singularidade e solidariedade na construção coletiva do conhecimento no sentido público da arte e suas instituições. Da mesma forma, a confluência entre lugar de criação e recepção da arte é ressignificada politicamente pela práxis pública de compartilhamento de múltiplas vozes, no sentido de acolher novas formas de produção e circulação de conhecimento dentro e fora do campo artístico/cultural/educativo.

Das poéticas do infinito a uma pedagogia do infinito
Conjugação experimental entre educação e arte em que os processos de criação e subjetivação estejam intrinsecamente e mutuamente afetados como um descobrimento aberto e vivo. Essa convergência de estética, pedagogia e processo invoca a pedagogia de Paulo Freire – “(…) a opção progressiva por uma prática educacional nunca será outra senão uma aventura em descobrimento” – e a filosofia de prática estética como processo afinado e ao mesmo tempo inconsciente de Jacques Ranciére “(…) sabendo que o que se está fazendo sem saber”.

Coleção de experiências
Como coleção de experiências levam-se em conta as camadas de registros de vozes e interpretações que vão constituir e instituir a vida pública da instituição e da arte dentro de suas estruturas de interfaces sociais. Buscamos repensar o conceito de acervo das instituições não somente como acúmulo de objetos, mas também como uma coleção de experiências que ao longo dos anos instituirá e aprofundará a produção de sentido crítico e público sobre a recepção de arte.

Cuidado e pertencimento
As práticas de cuidar e pertencer visam a maior atenção na construção das relações de vínculos na produção e recepção da arte como lugares de afetos, de potência de agir e de multiplicação de vozes e narrativas. Isto reflete uma demanda emergente por novas maneiras de pensar e atuar na esfera pública através de um entendimento de publicness ou um sentido ativo e participante de pertencer, de cuidar e ser responsável com a dimensão pública.

Trabalhando com o princípio da Banda de Moebius
A Banda de Moebius é proposta como a imagem/processo para um pensar sistêmico e complexo embasado na experiência estética, buscando quebrar sistemas binários de oposições e dicotomias históricas e socioculturais. Sobrepor-se à separação de classes e narrativas significa romper com categorias como dentro e fora; sujeito e objeto; sujeito e mundo; privado e público; arte e educação.

Conselhos

Conselho diretivo

Co-fundadora e diretora Jessica Gogan é curadora, educadora e co-editora da Revista MESA. Doutora em História da Arte pela Universidade de Pittsburgh nos EUA (2016). Pesquisa e atua nas interfaces entre arte e sociedade com foco nos paradigmas e práticas contemporâneas éticas e estéticas que atravessam os campos de arte, curadoria e educação. Em 2017, lançou a publicação Domingos da criação: Uma coleta do experimental em arte e educação premiado pelo Itaú Rumos. Atualmente é bolsista de pós-doutorado PNPD no Programa Pós-graduação em Estudos Contemporâneas das Artes da UFF e coordena o projeto Arte_Cuidado com Izabela Pucu.

Co-fundador e conselheiro acadêmico Luiz Guilherme Vergara é professor do Departamento de Arte e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF). Como curador/diretor do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) de 2005-2008 foi responsável pela curadoria de diversas exposições com foco no diálogo entre a arquitetura de Oscar Niemeyer e as práticas artísticas contemporâneas, tais como Poéticas do Infinito (2005) e Abrigo Poético de Lygia Clark (MAC, 2006) e pelo programa extra-muro Arte Ação Ambiental (MAC,1998 -) na comunidade do Morro do Palácio. Em 2013, de volta para a curadoria/direção do MAC, foi curador das exposições Alexandre Dacosta: Percursos de coexistências improváveis e Suzana Queiroga: Olhos D’Água e parte das equipes e colaborações curatoriais das mostras de Joseph Beuys: Res-Pública – Conclamação para uma Alternativa Global e Carlos Vergara: Sudário. É co-editor da Revista MESA e seus interesses de pesquisa concentram-se na interface entre arte, museus e sociedade.

Co-fundadora e coordenadora geral: Sabrina Curi é graduada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (2002) foi Diretora de Desenvolvimento do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (2013-2017). É produtora da Revista MESA (2010-2018) e recentemente atuou na produção da Publicação digital Flipping: Revisitando Pop (2018), no Projeto Arte Cuidado (Rio/2017), no Seminário Internacional Flipping Pop: Revisitando Pop (2017/MAM-SP) e na Publicação Domingos da Criação: uma coleção poética do experimental na arte e educação (2017). Destacam-se ainda a atuação de gerência do projeto do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM-RJ (2009 a 2013), produção do educativo da exposição Hélio Oiticica – “Museu é o Mundo” (Paço Imperial/Casa França Brasil, 2010) além do projeto O Sentido do Público na Arte (2013-2014 Prêmio Funarte).

Conselho curatorial

Angela Mascelani, Paulista, fixou residência no Rio de Janeiro, em 1976, após concluir a licenciatura em Educação Artística. Doutora em Antropologia Cultural, pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e Mestre em Antropologia Visual, pela Escola de Belas Artes da mesma universidade (1996). Assumiu a Direção de Pesquisa do Museu Casa do Pontal, em 1996, contribuindo ativamente para a formulação e implementação de um novo modelo de gestão institucional. Ao longo de sua trajetória profissional escreveu artigos para jornais e revistas, e atuou em diversas áreas como pesquisadora, documentarista, educadora e curadora de exposições de arte nacionais e internacionais. É autora dos livros O mundo da Arte Popular Brasileira (2002) e Caminhos da Arte Popular: o Vale do Jequitinhonha (2008). Curou diversas exposições entre as quais: O Brasil na arte Popular Brasília, 2010); Máquinas Poéticas – Abraham Palatnik e os artistas do movimento Nhô Caboclo, Laurentino, Adalton e Saúba (2010); Farnese de Andrade e os ex-votos (2011/2012) e Criaturas Imaginárias: Manoel Galdino e os contemporâneos Angelo Venosa, Cristina Salgado, Eliane Duarte e Zé Carlos Garcia (2013). É curadora e diretora do Museu Casa do Pontal desde 2004.

Bia Jabor é artista, educadora e curadora educacional, com mais de 20 anos de experiência, com atuação em idealização, implementação e gestão de projetos na área, educação infantil, programas de formação e consultorias. Formada em Licenciatura em Educação Artística com Hab. em Artes Plásticas, pela FAAP/SP. Sócia empreendedora do novo espaço de arte, educação e movimento, Casa 38. Entre os trabalhos está a consultoria para a Escola Eleva para o currículo de artes visuais do colégio que inaugurou em 2017. De 2008 a 2015 foi Gerente de Arte e Educação da Casa Daros, responsável pelas curadorias educativas das exposições, pela programação de arte e educação e coordenação do Núcleo de Educação Infantil da instituição. De 2004 a 2008 foi diretora da Divisão de Arte Educação do MAC/ Niterói e integrante da equipe de arte educadores do museu desde 1998. Em 2007 implementou e coordenou o programa educativo do Museu das Telecomunicações, no Oi Futuro/RJ.

Carlos Vergara nasceu na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941. Ele iniciou sua trajetória nos anos 60, quando a resistência à ditadura militar foi incorporado ao trabalho de jovens artistas. Em 1965, participou da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, um marco na historia da arte brasileira, ao evidenciar esta postura critica dos novos artistas diante da realidade social e política da época. A partir desta exposição, formou-se a Nova Figuração Brasileira, movimento que Vergara integrou junto a outros artistas, como Antonio Dias, Rubens Gerchmann e Roberto Magalhães, que produziram obras de forte conteúdo político. Nos anos 70s, seu trabalho passou por grandes transformações e começou a conquistar espaço próprio na historia da arte brasileira, principalmente com fotografias e instalações. Desde os anos 80s, pinturas e monotipias e pensamentos resultam em obras contemporâneas, caracterizadas pela inovação, mas sem perder a identidade e a certeza de que o campo da pintura pode ser expandido. Em sua trajetória, Vergara realizou mais de 180 exposições individuais e coletivas.

Frederico Coelho é Professor de Literatura e Artes Cênicas da PUC-Rio. Foi curador assistente do MAM-RJ entre 2009 e 2011. Organizou livros e escreveu artigos, textos e ensaios sobre artes visuais brasileiras. Foi um dos curadores primeira exposição TRAVESSIAS no Bela Maré (2011). Lançou livros como Livro ou Livro-me: os escritos babilônicos de Hélio Oiticica (EdUERJ, 2010) e Conglomerado Newyorkaise (Com César Oiticica Filho, Azougue, 2013). Desde agosto de 2014, é Professor Assistente dos cursos de Literatura e Artes Cênicas e da Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade (PPGLCC) do Departamento de Letras da PUC-Rio. Atualmente é coordenador da pós-graduação lato-sensu Formação do Escritor (Departamento de Letras PUC-Rio/CCE) e Co-coordenador do PPGLCC.

Jailson de Souza e Silva possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1984), mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio, 1994), doutorado em Sociologia da Educação também pela PUC (1999) e pós-doutorado pelo John Jay College of Criminal Justice – City University of New York. Professor associado da Universidade Federal Fluminense, fundou o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, foi secretário de Educação de Nova Iguaçu e subsecretário executivo da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Tem diversas pesquisas e trabalhos publicados na área de estudos e políticas urbanas, e atua principalmente nos seguintes temas: políticas sociais, favelas, periferias, violência, educação e tráfico de drogas.

Luiz Camillo Osorio é Doutor em Filosofia, Professor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio. Curador do Instituto PIPA e um dos idealizadores do Prêmio. Foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2009-2015). Autor dos seguintes livros: Flavio de Carvalho, Cosac&Naify, SP, 2000; Abraham Palatnik, Cosac&Naify, SP, 2004; Razões da Crítica, Zahar, RJ, 2005 e Angelo Venosa, Cosac&Naify, SP, 2008. Fez inúmeras curadorias independentes.

Virgínia Kastrup é doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP) e professora associada do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É membro do Núcleo de Pesquisa Cognição e Coletivos (Nucc) e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Suas investigações são voltadas para as áreas de arte, produção de subjetividade e deficiência visual. Publicou A Invenção de Si e do Mundo (Papirus, 1999; Autêntica, 2007) e Políticas da Cognição (Kastrup, Tedesco e Passos, Sulina, 2008). É uma das organizadoras de Pistas do Método da Cartografia (Passos, Kastrup e Escóssia, Sulina, 2009) e Exercícios de Ver e Não Ver: arte e pesquisa com pessoas deficientes visuais (Moraes e Kastrup, Nau, 2010), e publicou diversos textos em coletâneas e revistas especializadas.